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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2001 Sandra Field

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Uma semana de amor, n.º 836 - Novembro 2015

Título original: The Mistress Deal

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2005

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7532-6

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

Do outro lado da porta estava o inimigo.

Lauren Courtney respirou fundo e alisou a saia com a mão. O inimigo. O homem que tinha provas, completamente falsas, de uma fraude supostamente cometida pelo seu amado padrasto. Wallace Harvarson mentindo? Enganando? Mais depressa acreditaria que o sol nascia a Oeste.

Reece Callahan, proprietário daquela enorme empresa de telecomunicações, com sede em Vancouver, devia pensar que o sol nascia a Oeste. Cabia-lhe a ela provar-lhe que não era verdade, porque o seu padrasto tinha morrido e não se podia defender. Não tinha tido outro remédio senão entrar no edifício onde ficava a sua sede com um pretexto falso, porque receava que ele não a recebesse, caso contrário.

Ergueu os ombros e olhou para si de esguelha na janela do sétimo andar. Trazia o cabelo encaracolado, de cor castanha, apanhado na nuca, um fato cinzento de marca e sapatos italianos, jóias de prata e sombras marcadas nos olhos. Perfeita. Normalmente, nunca se vestia de cinzento, gostava mais de cores vivas. No entanto, antes de sair de Nova Iorque, tinha decidido que tinha que dar um aspecto sério e elegante. Ninguém tinha que saber que o seu coração lhe batia tão rápido que parecia que lhe ia saltar do peito.

A secretária abriu a porta e anunciou-a.

– Senhor Callahan, a menina Lauren Courtney para o ver.

Lauren entrou, a porta fechou-se e Reece Callahan levantou-se.

– Prazer em conhecê-la, menina Courtney – disse, aproximando-se com a mão estendida. – No ano passado, quando inaugurou a sua galeria em Manhattan e comprei duas das suas esculturas, cheguei tarde e não nos encontrámos.

O aperto de mãos tinha sido forte, no entanto, o seu sorriso, não. Os seus olhos, azuis como o aço, não sorriam. Tinha um rosto de traços fortes, o queixo saliente e umas maçãs do rosto altas que Lauren sentiu vontade de esculpir. Tinha o cabelo um pouco mais escuro que o dela e ondulado, embora o tivesse perfeitamente controlado com gel.

O seu corpo... ora, também não se teria importado de esculpir o seu corpo. Debaixo daquele fato impecável, percebia-se um corpo musculado e mais atraente por não poder vê-lo.

Um homem frio. Um homem duro. Certamente, não parecia um homem que se deixasse comover. Era mais alto que ela, que media um metro e setenta e cinco. Não estava acostumada a ter que olhar para cima e, em consequência, a sentir-se em inferioridade. Não gostou da experiência. Nem um pouco.

– Espero que continue a gostar das peças que comprou – disse, soltando-se.

– São muito bonitas. Sempre me agradaram as esculturas em bronze e as suas são particularmente boas.

– Obrigada – disse, contrariada.

– Fico sempre contente quando os investimentos que faço correm bem. As suas peças estão cada vez mais cotadas.

Lauren deixou de sorrir.

– Comprou-as como investimento?

– Por que outra razão haveria de as comprar?

– Que tal porque lhe chegavam à alma?

– Enganou-se no homem – disse, com uma gargalhada seca.

Tinha razão. Aquele homem não devia ter alma. Mesmo assim, tinha que tentar.

– Posso sentar-me? – perguntou, tentando recuperar a calma.

– É claro. Quer um café?

– Não, obrigada. Receio que consegui que me recebesse com um pretexto falso, senhor Callahan. Não vim para falar do meu trabalho.

– Que surpresa! Supunha que tinha vindo para que lhe fizesse uma encomenda... para apregoar a mercadoria.

– Nunca o fiz e não vejo razão para começar a fazê-lo agora.

– Que altruísta da sua parte!

Lauren tentou não se zangar.

– Não teria comprado duas esculturas minhas se não acreditasse que tenho talento. E deixe que lhe diga que nunca deixaria que os caprichos dos ricos marcassem a minha criatividade.

– Então, por que veio? Os ricos são caprichosos, mas também têm as suas responsabilidades. Noutras palavras, tenho muito trabalho. Portanto, vá direita à questão.

– Ouvi um rumor... muito desagradável. Espero que me confirme que é só um rumor. Nesse caso, ir-me-ei embora em três segundos.

– Tenho coisas mais importantes para fazer do que espalhar rumores. Os mexericos nunca foram o meu forte.

– Ouvi dizer que está prestes a provar que Wallace Harvarson cometeu várias fraudes.

– Ah... isso não é um rumor – disse ele, arqueando as sobrancelhas.

– É impossível que tenha tais provas – disse, cravando as unhas na mala.

– Porquê?

– Porque era o meu padrasto e nunca teria feito algo desonesto... eu adorava-o.

– O que demonstra que você não é objectiva... É melhor escultora que juíza.

– Conhecia-o perfeitamente!

– Mas não usa o seu sobrenome.

– Foi o segundo marido da minha mãe – respondeu Lauren. – O meu pai morreu quando eu tinha três anos. Embora se tenham divorciado quando eu tinha doze anos, Wallace e eu estivemos sempre em contacto. E, como saberá, morreu há catorze meses. Obviamente, ele não está aqui para se defender destas acusações tão absurdas, portanto vim eu no seu lugar.

– E em que consiste essa defesa?

– Em assegurar-lhe que era um homem incapaz de mentir, extorquir e roubar – respondeu ela, apaixonadamente.

– Querida menina Courtney, uma resposta muito comovedora, embora tivesse ficado melhor com umas lagrimazinhas. Com ou sem lágrimas, essa resposta não é válida num julgamento. Na semana que vem, publicarei as provas contra Wallace Harvarson para limpar o nome de uma das minhas empresas. Esse foi o legado que o seu padrasto me deixou.

– Não estará a falar a sério!

– Completamente – disse, olhando para o seu relógio de ouro. – Se é tudo o que tem para me dizer, dou por terminada a reunião.

– Se publicar essas mentiras, processá-lo-ei por difamação – avisou-o, levantando-se.

– Não se incomode... seria o motivo de risota dos tribunais. Além disso, sabe quanto custaria a fazê-lo?

– Para si, tudo se reduz a dinheiro, não é?

– Neste caso, sim... Wallace Harvarson extorquiu quinhentos mil dólares à minha companhia.

– Provavelmente, você fez um mau negócio e agora quer atirar com as culpas a outro...

– Se disser coisas dessas em público, serei eu quem a processará – declarou, muito sério. – A minha secretária está à sua espera lá fora.

– Não vou até que me prometa que não vai arrastar o nome do meu padrasto pela lama para o seu proveito!

Reece levantou-se e deu um passo para ela.

– Tem uma bela cara, menina Courtney. Eu sei que comprou um apartamento com a herança do seu padrasto e também que lhe deixou uma casa muito bonita na costa do Maine.

– Sabia que sou a enteada de Wallace?

– Investigo sempre o artista no qual vou investir... questão de negócios.

– Portanto esteve a gozar comigo desde que cheguei... É desprezível!

– Essa palavra fica-lhe melhor a si, que vive dos lucros das fraudes. Suponho que isso de se ser artista boémio numas águas-furtadas não seja muito confortável. Mesmo que a sua integridade fique em causa, claro.

– Não estamos a falar da minha integridade – replicou ela, furiosa. – O que me diz da sua? Acaso espezinhar a reputação de um morto, sabendo que eu não posso contratar os advogados que você tem... não o faz ter remorsos de consciência?

– Julga mesmo que era inocente, não é verdade? – perguntou, olhando para ela fixamente.

– É claro! Pensa que estaria aqui a perder tempo se acreditasse que Wallace fez uma coisa tão mesquinha?

– Então, sinto muito, porque vai sofrer uma grande desilusão. Devo pedir-lhe que se vá embora, por favor... Tenho uma reunião dentro de dez minutos.

Lauren deu-se conta de que só restava uma coisa a fazer, por muito que lhe desagradasse.

– Há alguma coisa que possa fazer para que mude de opinião? – perguntou, engolindo o orgulho.

– Nada.

– Decerto que há alguma coisa...

– Surpreende-me que, com a fama que tem, não me tenha oferecido o mais óbvio.

– Refere-se à minha fama de promíscua? – perguntou Lauren, corada.

– Exactamente.

– Portanto, também sabe disso – disse, com os punhos apertados. – E, como toda a gente, acredita em tudo o que a imprensa escreve sobre mim. São invenções do meu professor, Sandor, e dos seus amigos jornalistas. E você dizia que não gostava de mexericos!

– O seu professor é uma pessoa muito respeitada.

– Enquanto que eu sou só uma principiante com uma aparência que agrada à imprensa. Peço-lhe que não publique isso sobre Wallace, porque sei o poder que os meios de comunicação têm... Sei como lhes é fácil acabar com a boa reputação de alguém... sofri-o na minha própria pele.

– No ano passado, quando cheguei à sua galeria, você saía por outra porta, nada mais e nada menos que pelo braço de dois homens. Duvido muito que a sua falta de moralidade seja um mexerico inventado por um ex-namorado.

– Não vim para falar da minha suposta promiscuidade – disse ela, em voz baixa. – Também não vim para me oferecer para ir para a cama consigo se não o publicar.

– Por que não denunciou Sandor, se era tudo mentira?

– Porque foi há quatro anos. Então, só tinha vendido duas peças. Ainda não me via preparada para vender. Como vê, tenho integridade, senhor Callahan. Não queria pedir dinheiro a Wallace e, como saberá, os advogados são muito caros.

– Certamente – disse Reece com as mãos nos bolsos. Olhou para ela de cima a baixo. Ela aguentou estoicamente. – Não está precisamente vestida com roupa de saldos.

– Em Greenwich Village, há umas lojas de roupa em segunda mão óptimas e conheço-as a todas.

– Pois – disse Reece, apoiando-se na mesa. – Talvez tenha que pensar de novo.

– Acredita em mim quanto a Wallace? – perguntou, ingenuamente esperançada.

– Nem por sombras. Referia-me a que há uma coisa que poderia fazer por mim.

– E em troca não publicaria nada sobre o meu padrasto? – perguntou, com tristeza.

– Exacto.

– Não penso ir para a cama consigo, senhor Callahan.

– Nem eu lho vou pedir, menina Courtney.

– Então, o que quer? – perguntou, fechando os olhos.

– Poderia ser-me de utilidade na próxima semana ou assim. Depois, tenho que ir a Londres e ao Cairo, mas, até lá, tenho vários compromissos, meio de negócios, meio de prazer, e eu gostaria que me acompanhasse. Quero que se faça passar pela minha parceira, para ser claro. Não creio que lhe seja difícil.

– Não! Sou escultora... não uma acompanhante!

– Quer ajudar o seu padrasto ou não? – insistiu ele, sem rasto de emoção na voz.

– Por que quereria que o vissem com uma mulher que não tem boa fama?

– Por que você me interessa.

– Ena, que bonito! Como um pacote de acções ou um micro chip.

– É uma mulher de talento, sabe falar, vestir-se e é suficientemente bonita. Por outras palavras, serve-me. Sim ou não, menina Courtney?

«Suficientemente bonita», pensou, furiosa. Sabia perfeitamente que era bonita. Sabia, porque o espelho lho dizia todos os dias e porque outros passavam a vida a dizê-lo. No entanto, para aquele homem de gelo era só bonita.

Aquilo também não era o mais importante. Pensou em Wallace, nas suas gargalhadas e nas suas visitas, que tinham alegrado a sua vida de adolescente, bastante infeliz. A sua mãe não a aguentava, porque era bonita, e o seu terceiro marido tinha reprimido o seu talento artístico. Entre os dois, tinham-lhe tornado a vida impossível. Na própria semana em que acabou a escola, saiu de casa. Wallace cuidou de que não morresse à fome numas águas-furtadas durante os anos em que esteve na Escola de Belas Artes. Naquele tempo, esculpia à noite e foi aperfeiçoando os seus pontos fortes.

E os fracos. Bom exemplo disso era Sandor. Não era o momento de pensar nele.

– Deixe-me ver se entendi. Quer que me faça passar pela sua parceira em público durante uma semana – disse, passeando a vista pelo seu fato muito caro e fixando-se no alfinete da gravata, que era de uma universidade muito prestigiada. – Embora não seja o meu tipo, suponho que haverá muitas mulheres que não teriam em conta o seu carácter, porque tem muito dinheiro. Por que me oferece isso a mim?

– Que língua viperina!

– Mais uma razão para que não queira que o eu faça.

– Penso que posso consigo.

– Está a esquecer-se de uma coisa. Toda a gente o conhece, com as suas fusões, as suas inovações e os seus lucros milionários... não julgue que eu não me documento... e eu expus em Londres, no ano passado, e cada vez sou mais famosa. Se você e eu dissermos que somos um casal, vamos aparecer na imprensa. Haverá mexericos, senhor Callahan. Muitos mexericos.

– Portanto, a sua resposta é não – disse, indo para a porta. – Não se esqueça de comprar o jornal na quarta-feira. Verá um aspecto do seu padrasto que não conhecia e, acredite em mim, não é apoiado em mexericos.

Não podia deixar que isso acontecesse. Embora tivesse dinheiro para o processar, o mal já estaria feito e o nome de Wallace teria ficado manchado.

– Só lhe estava a fazer ver os aspectos negativos do seu plano.

– Muito altruísta da sua parte.

– Se o fizer, que fique claro que tudo será a fingir. Quando estivermos sozinhos, não permitirei que se aproxime de mim.

– Está a dar por assente que quererei fazê-lo.

– Diga-me exactamente o que teria que fazer.

– Mudar-se para o meu apartamento de Stanley Park. No sábado, irá comigo a um cocktail com jantar que organizei. Um dos meus presidentes está convencido de que a sua filha seria uma esposa perfeita para mim. A sua presença tirar-lhe-á essa ideia da cabeça. No domingo, há um jantar em casa de um homem que quero contratar. Infelizmente, a sua mulher está mais interessada em mim que na carreira do seu marido. Você será encarregada de lhe deixar claro que não estou livre. Dois dias depois, iremos para a minha casa de Whistler, porque tenho que fechar um contrato com uns fabricantes de software japoneses e você encarregar-se-á das suas esposas. Em seguida, teremos que ir a um clube náutico na Ilha de Vancouver, onde devo encontrar-me com um dos meus sócios. Depois, voltaremos e poderá ir. Oito dias, sem contar com amanhã.

Lauren tinha ouvido falar de Whistler, a luxuosa estância de esqui, situada a norte da cidade, e também da maravilhosa Ilha de Vancouver, situada no Pacífico e considerada uma jóia.

– Entendi. Como é rico, muitas mulheres andam atrás de si.

– Poderíamos dizer que são os ossos do ofício – disse, arqueando uma sobrancelha.

Lauren sentiu que lhe começava a agradar, contudo, afastou rapidamente aquele pensamento da sua mente.

– Se o fizer, quero que uma coisa fique clara. Eu não vou andar atrás de si, por muito dinheiro que tenha. Em público, farei tudo o que puder para convencer todos de que estamos perdidamente apaixonados. Em privado, quero um quarto individual e intimidade.

– Asseguro-lhe que isso não será um problema – disse Reece, suave como a seda.

Aquele homem era um elemento indesejável.

– Também quero que me prometa por escrito que nunca arruinará, directa ou indirectamente, o nome do meu padrasto.

– Desde que você cumpra com a sua parte do acordo.

– Fá-lo-ei. Prometo – disse ela, com os olhos cor de turquesa a faiscar de raiva.

– Aceita, então?

Lauren mordeu o lábio.

– Não sei se vão acreditar... é muito óbvio que não nos damos bem.

– Que diplomática! Não seria mais exacto dizer que nos damos pessimamente?

– Sim – replicou ela, – porém, acho que você não vai conseguir fingir.

– Deixe isso comigo. Oito dias do seu tempo ou a reputação do seu padrasto?

– Fá-lo-ei. Sabia desde o início que o faria.

– É astuta, além de ter talento.

– Leva aqui uma pechincha – gozou ela.

– Já veremos. Quero que me assine um documento, prometendo que nunca falará com a imprensa sobre a nossa suposta relação. Venha amanhã às três da tarde para o assinar. Às dez da noite, espero-a na minha casa.

– Muito bem – ela sorriu com desprezo. – Espero que tudo isto não seja exaustivo demais para si.

– Se me está a pedir uma demonstração, não está com sorte. Parece-me uma perda de tempo.

– Mas a sua secretária sabe que nos conhecemos hoje – apontou ela com os punhos apertados.

– Ganha suficientemente bem para manter a boca fechada.

– Não me surpreende – disse Lauren com cordialidade. – Adeus, senhor Callahan. Não posso dizer que tenha sido um prazer.

– Não provoque a sorte... Ainda não assinámos nada.

– Se Wallace me estiver a ver do Céu, espero que saiba agradecer-me pelo que estou a fazer por ele.

– As pessoas que enganam e mentem não vão para o Céu – replicou Reece, abrindo-lhe a porta. – Adeus.

– Parece-me que, então, tu também não irás – replicou Lauren, diante da sua secretária. Pôs-se em bicos de pés e beijou-o na face. – Até mais tarde, querido. Vemo-nos amanhã – voltou-se e sorriu à secretária. – Não é preciso que me acompanhe.

Foi para o elevador, sabendo que a racha da saia deixava a descoberto as suas lindas pernas. Para sua satisfação, ouviu Callahan fechar a porta com muita força.

Bom, pelo menos tinha conseguido isso.

Nunca nenhum homem lhe tinha provocado tanto mal-estar. Nem Edward, o terceiro marido da sua mãe, que gostava de cães, de rododendros e que se ria das suas próprias piadas aos berros. Reece Callahan não devia nem saber rir.

Frio. Duro. Manipulador.

Decidiu ler atentamente os dois documentos antes de assinar o que quer que fosse.