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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2007 Brenda Streater Jackson

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Vinho e paixão, n.º 823 - Julho 2016

Título original: Spencer’s Forbidden Passion

Publicado originalmente por Silhouette® Books

Publicado em português em 2008

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas

registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

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As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-8572-1

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Epílogo

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Prólogo

 

– Temos um problema, Spence.

Spencer Westmoreland fechou os olhos por um momento, tentando apagar duas coisas da sua mente: a expressão da mãe, que se encontrava do outro lado do quarto, e a voz frustrada do seu advogado, com quem estava a falar ao telefone.

Voltou a abri-los e verificou que a mãe continuava a olhá-lo com uma cara que dizia claramente: «gostava de saber quem será o seguinte». Spencer estava em Bozeman, Montana, para assistir ao casamento da sua prima Casey com o seu amigo da infância, McKinnon Quinn. O casal ainda se encontrava dentro de casa, posando para as fotos. Os convidados estavam no enorme celeiro, transformado numa espaçosa sala de baile para a festa.

Toda a gente parecia estar de bem com a vida e sorria de felicidade. Toda a gente excepto ele, que acabara de receber uma chamada do seu advogado. Stuart Fulmer era um dos homens mais competentes que conhecia, um homem que tratava de todos os assuntos com precisão e rapidez, o que significava que se ele considerava existir uma crise, era porque era verdade.

– Está bem, Stuart, qual é o problema?

– As vinhas Russell.

Spencer arqueou uma sobrancelha e decidiu recolher-se para um canto da sala para ter mais privacidade e também para se distanciar do olhar interrogador da mãe.

Uns meses antes, ficara a saber que aquelas vinhas, parte de uma propriedade de 121 hectares situada no vale de Napa, estavam à venda. Fora ao vale para ver o terreno e apaixonara-se logo pela região. Segundo averiguara, os Russell estavam a ter problemas económicos e lutavam para conservar o terreno. Spencer tinha enviado o seu advogado para lhes fazer uma proposta muito generosa. Quando a propriedade fosse sua, planeava abandonar o negócio do vinho e transformar o lugar num paraíso de férias, construindo um hotel de luxo e traçando caminhos para passear, andar de bicicleta e fazer excursões. Seria um lugar perfeito para umas férias.

Da última vez que fora informado sobre o assunto, as negociações iam avançando pouco a pouco e era de esperar que demorasse apenas mais uns dias a fechar a compra. O que teria falhado entretanto?

– De que tipo de problema estamos a falar?

– De uma jovem chamada Chardonnay Russell.

– A neta da proprietária?

– Precisamente. Não sei como, mas conseguiu que o velho mudasse de opinião.

Spencer franziu a testa. Aquilo não lhe agradava nada.

– Isso é inadmissível. Eu pensava que já tínhamos o negócio praticamente fechado.

– E tínhamos.

– E como podem dar-se ao luxo de não venderem? – perguntou, levantando a voz e levando a que algumas pessoas se virassem para olharem para ele.

– Não podem. Mas acho que a rapariga está a fazer tudo para encontrar o financiamento necessário para não ter que vender. Enfim, o terreno é da família há mais de cinquenta anos. Presumo que ela não queira que a família desista.

– Isso é admirável da parte dela mas eu quero essa propriedade. Faz o que for preciso.

– Vai ser difícil, Spence.

Spencer esfregou a cara, frustrado. Era a primeira vez, nos quinze anos que conhecia Stuart, que o ouvia resignar-se. E tudo por causa de uma mulher? Quão complicada poderia ser uma mulher sozinha? Decidiu que ele próprio iria investigar a situação.

– Olha, Stuart, deixa que eu trato de tudo. Voarei para Napa amanhã de manhã e irei falar com os Russell. Por favor, informa-os que vou chegar.

Ouviu o suspiro aliviado de Russell.

– Mas, aviso-te já, Spence, é melhor vires preparado. A rapariga pode ter nome de vinho mas é um veneno.

Spencer não pôde deixar de sorrir ao ouvir aquelas palavras vindas de um dos homens mais educados e correctos que conhecia. Chardonnay Russell devia ser mesmo uma mulher de armas.

– Obrigado pelo aviso. Tê-lo-ei em conta.

Capítulo Um

 

– Já chegou o homem, Donnay.

Chardonnay Russell levantou a cabeça e olhou para a mãe, que parecia preocupada. Deixou de lado a caneta e o caderno que tinha na mão e levantou-se. Odiava ver a família a sofrer por causa dos problemas económicos que tinham naquele momento. O vinhedo dera sempre bons lucros mas tinham sido obrigados a gastar o dinheiro no tratamento e medicamentos do avô, que passara o último ano hospitalizado.

Estavam em tão má situação, que nenhum banco lhes concedia um empréstimo. A última esperança era um banco, a que tinham ido uns dias antes, em São Francisco. O senhor Gordon, o gerente, mostrara-se muito optimista.

– Donnay?

A sua mãe, nervosa, interrompeu-lhe os pensamentos. Chardonnay sorriu e cruzou o quarto enquanto pensava em como a mãe era uma mulher tão bonita. Não conhecera o seu pai. De facto, a única coisa que sabia dele era que a mãe o conhecera e se apaixonara por ele aos dezoito anos. Chade Timberlain era um soldado que chegara aos vinhedos para trabalhar num Verão de abundância e que, depois, regressara ao exército sem saber que tinha engravidado a mãe dela.

– Ele que espere, mamã. Decerto não será a primeira vez.

«Ou talvez sim», pensou. Um momento antes, procurara informação sobre Spencer Westmoreland na Internet. Tinha trinta e seis anos e ganhara o seu primeiro milhão de dólares antes dos trinta. De acordo com o que lera, aquele magnata retirara-se no ano anterior com mais dinheiro do que alguma vez poderia gastar. Era evidente que estava entediado e que queria um brinquedo novo: o vinhedo da sua família.

– Onde estão os avós? – perguntou Donnay. Sabia que eles estavam ainda mais preocupados por causa da reunião com o senhor Westmoreland do que a sua mãe.

– Na cozinha. Janice acompanhou o nosso convidado ao estúdio, onde ficou a aguardar.

Ela assentiu.

– Está bem. Chegou o momento de reunirmos com o senhor Westmoreland mas lembrem-se que concordaram em deixar-me fazer as coisas à minha maneira.

Spencer passeou pela sala e observou os prémios dispostos nas paredes. Sorriu com ironia. Estavam a fazê-lo esperar de propósito. Não seria o próspero homem de negócios que era se não soubesse como funcionavam estas coisas. Sabia perfeitamente que a melhor maneira de deixar um adversário tenso era fazê-lo esperar. Entretê-lo para ganhar tempo. Pôr à prova a sua paciência e resistência.

Abanou a cabeça e sorriu ainda mais. Aquela táctica era uma perda de tempo com ele, mas Chardonnay Russell não o sabia. Tinha os seus motivos para pensar que era ela quem mandava ali, mas ficaria surpreendida quando percebesse que não era assim.

– Lamento tê-lo feito esperar, senhor Westmoreland.

«Sim, aposto que sim» pensou ele enquanto se voltava ao ouvir aquela voz suave e feminina. E assim que fixou os olhos mais belos que alguma vez vira na vida não conseguiu pensar em mais nada. Eram de um cinzento prata e Spence perguntou-se se seriam lentes de contacto coloridas, mas depressa percebeu que não mal observou as outras três pessoas que acabavam de entrar na sala. Todos tinham os olhos da mesma cor.

Spence recuperou a compostura e disse:

– Não há problema.

Embora, na verdade, houvesse... Chardonnay Russell era uma mulher impressionante. Já conhecera muitas mulheres bonitas na vida mas à sua frente tinha uma beleza muito pouco comum.

Era alta, esbelta e com curvas. Vestia uma blusa branca de mangas curtas e uma saia rosa à cigana. E os rasgos do seu rosto eram perfeitos. O cabelo escuro e brilhante caía, solto, sobre os ombros. Tinha as pestanas compridas, a pele cor de café, um nariz perfeito e uns lábios que davam vontade de beijar. As argolas tornavam-na ainda mais sexy. E faziam com que ele se sentisse ainda mais excitado.

Era a primeira vez que Spencer sentia um nó na garganta ao olhar para uma mulher. Havia algo flagrantemente erótico nela e enquanto a olhava nos olhos só conseguia pensar em unir o seu corpo ao dela entre uns lençóis de cetim.

– Acho que deveríamos apresentar-nos – começou ela, interrompendo o exame detalhado que Spence estava a fazer-lhe.

Ele observou como se moviam aqueles lábios tentadores, mas não a ouviu. Estava completamente concentrado naquele corpo sedutor e em como adoraria saboreá-lo.

– Você está em desvantagem – prosseguiu Chardonnay. – Nós sabemos quem é mas você não nos conhece, já que, até agora, temos tratado tudo com o seu advogado, o senhor Fulmer.

Spencer observou como cruzava a sala e admirou as suas longas pernas e a cintura estreita. E, para piorar ainda mais as coisas, sentiu o seu perfume. Tinha uma habilidade inata para os negócios mas controlar semelhante desejo era outra coisa.

– Eu chamo-me Chardonnay Russell – disse, estendendo-lhe a mão. – Esta é a minha mãe, Ruth Russell, e estes são os meus avós, Daniel e Catherine Russell.

Spencer apertou a mão de Chardonnay e, assim que lhe tocou, uma corrente eléctrica percorreu-lhe todo o corpo. A sensação irritou-o e fê-lo cerrar os dentes. Aquele não era o melhor momento para lembrar-se de que não estava com uma mulher há mais de sete meses. Infelizmente, o palpitar célere do seu coração não lhe permitia esquecê-lo, o que o impedia de pensar com lucidez.

– Menina Russell – disse, largando-lhe a mão rapidamente. Depois, aproximou-se para cumprimentar a mãe e os avós. Reparou que o avô não estava com bom ar e lembrou-se de ter lido num dos relatórios que os problemas económicos da família se deviam às facturas de hospital do homem.

– Agora que já nos apresentamos, sentemo-nos.

A voz de Chardonnay fê-lo lembrar-se do motivo por que estava ali.

– Sim – respondeu ele.

– Como já disse ao senhor Fulmer, o vinhedo já não está à venda. E quero avisá-lo, senhor Westmoreland, que se pensa que vai conseguir fazer-nos mudar de opinião, está muito enganado – disse Chardonnay assim que se sentou.

Spencer admirava a sua coragem. Era evidente que era uma mulher de força.

– Muito pelo contrário, menina Russell, nos negócios, uma pessoa nunca deve desistir, sobretudo se se deseja ter êxito naquilo que pretende.

Viu como ela franzia a testa.

– E o senhor pensa que vai conseguir o que quer, senhor Westmoreland, apesar de lhe acabar de dizer que não queremos vender?

– Sim, é o que penso – replicou ele com arrogância. – Sobretudo, porque ainda não ouviram minha nova proposta.

Não conseguiu evitar um sorriso matreiro, algo que, tinha a certeza, a incomodaria. Mas, naquele momento, era-lhe indiferente. Tinha outro tipo de adrenalina a correr-lhe pelas veias. A adrenalina que sentia sempre que tinha à frente um adversário forte.

– Sugiro-lhe que me permitam apresentar-lhes a nova proposta – acrescentou.

 

 

Donnay levantou a cabeça do relatório que estava a ler.

– O que planeia para as nossas terras é inaceitável.

Viu que Spencer olhava, impassível, para ela e que respondia sem pestanejar:

– Não deveria preocupar-se com o que quero fazer com a propriedade depois de comprá-la. Só deveria preocupar-se com o preço que lhe estou a oferecer por ela.

Donnay franziu a testa. Ele estava sentado no sofá, em frente a ela, a beber calmamente o vinho que o avô lhe oferecera antes de começarem a falar de negócios. Um dos melhores da sua vinha.

– Não, não nos preocupa. E decidimos não vender. E depois de ler a sua proposta, tenho a certeza que eu e a minha família tomámos a decisão certa.

– Engana-se, menina Russell. Olhe bem para a proposta – respondeu ele num tom irritado, chegando-se para a frente – Estou disposto a pagar-lhes meio milhão mais do que lhes tinha oferecido o meu advogado. Parece-me uma oferta muito generosa. Querem mesmo rejeitá-la?

Donnay mordeu os lábios com nervosismo. Na verdade, não podiam. Não queria nem pensar no que se passaria se o banco não lhes concedesse o empréstimo que lhe tinha pedido. Olhou para a mãe e para os avós. Dependiam dela para que tomasse a decisão mais acertada para a família, especialmente para o avô, que tinha problemas de coração e diabetes. Porém, Donnay recusava-se a deixar que alguém como Spencer Westmoreland se aproveitasse da sua situação.

Mas deveria ter imaginado que se tinha metido num sarilho assim que entrou no quarto e o viu ali, impecavelmente vestido com um fato Armani e cara de estar disposto a comprar e vender o que bem lhe apetecesse. Além disso, era bonito e sensual. Era muito alto, tinha a pele cor de café e o cabelo preto muito curto, uma boca generosa e os olhos mais escuros que alguma vez tinha visto. De facto, tinha um olhar tão intenso que sempre que a olhava nos olhos sentia um arrepio na espinha.

– Fiz-lhe uma pergunta, menina Russell.

Ela olhou para ele. Não lhe agradara o seu tom de voz. Suspirou e voltou-se para a família. O avô assentiu e sorriu levemente, dando-lhe a coragem necessária para poder responder a Spencer Westmoreland. Tinha que ter fé que iria acontecer um milagre e que o amável gerente do banco de São Francisco iria ajudá-los a resolver os problemas económicos.

Talvez fosse uma loucura arriscar-se... Chardonnay suspirou, olhou para Spencer Westmoreland nos olhos e disse-lhe:

– Sim, podemos rejeitá-la e é isso que estamos a fazer.

Depois, pôs-se em pé.

– Já o ocupamos tempo suficiente, senhor Westmoreland, e também temos muito trabalho para fazer. A minha família aprecia o interesse que mostrou pelo vinhedo Russell mas, como lhe disse antes, já não está à venda.

Spencer levantou-se e fechou a pasta. Ficou em silêncio uns segundos e depois disse:

– Se pensa que ouviu a minha última palavra, engana-se – depois sorriu e acrescentou: – Você é uma digna adversária, menina Russell.

Ela ficou muito direita.

– Não perca tempo connosco, senhor Westmoreland. Procure outro vinhedo. E se tentar criar-nos problemas, lamentá-lo-á.

Ele sorriu ainda mais e olhou para ela de um modo que fez com que Chardonnay sentisse um calafrio.

– Prometo-lhe que não serei eu a causar-lhe problemas e garanto-lhe que, ao rejeitar a minha oferta, é você mesma quem está a arranjá-los. Tenham um bom dia.

 

 

Quando Spencer estava a mais de um quilómetro do vinhedo Russell parou o carro alugado na berma da estrada e parou para telefonar. Não conseguia deixar de pensar em como Chardonnay era bonita e em como se sentira atraído por ela. Era a primeira vez na vida que uma mulher o excitava tanto.

E sabia que, apesar de não terem estado sozinhos na sala, ela também se tinha sentido atraída por ele.

– Stuart? Spence. Quero que descubras a que banco pediram o empréstimo e que me informes o mais depressa possível.

Desligou o telefone e ficou ali sentado um momento, apreciando a paisagem. Estava um dia maravilhoso para princípios de Dezembro e as terras que o rodeavam eram lindas. Queria comprar aquela propriedade. E não queria apenas isso.

Também queria Chardonnay Russell

Franziu a testa e reflectiu. Todos os Westmoreland solteiros estavam a cair como moscas e, a julgar pelo olhar da sua mãe no casamento de McKinnon e Casey, esperava que ele fosse a vítima seguinte. Não tinha motivos para defraudá-la...

Depois da traição de Lynette Marie, a ideia de casar-se por amor parecia-lhe impossível. Chorara a perda da sua noiva, morta num acidente de moto de água quatro anos antes nas Bermudas. E depois da autópsia ficara a saber que estava grávida de seis semanas. Isso significava que tinha ficado grávida durante os dois meses em que estivera a trabalhar nas ilhas e que ele não era o pai do menino.

Agarrou-se com força ao volante. Não havia nenhuma possibilidade de vir a casar por amor mas, isso sim, poderia casar por desejo. Além disso, com trinta e seis anos, tinha trabalhado arduamente para conseguir a fortuna de que dispunha, e chegara o momento de pensar no futuro e fazer algumas mudanças importantes.

Embora não esperasse encontrar o amor, como acontecera aos seus três irmãos, Jared, Durango e Ian, era hora de ter uma vida estável, casar-se e ter um filho que, um dia, pudesse herdar tudo o que tinha.

Não pôde deixar de sorrir ao pensar em todos os bebés que tinham nascido naquele ano na família Westmoreland. A sua prima Delaney e o marido, o xeque Jamal Ari Yasir, tinham tido o seu segundo filho, uma menina chamada Ariella. O seu primo Dare e a mulher Shelly também tinham tido uma filha em Agosto. Durango e Savannah tinham tido outra menina em Setembro e as esposas dos seus primos Thorn e Stone estavam prestes a aumentar também a família. O menino de Thorn e Tara nasceria no final do mês e o de Stone e Madison em Fevereiro.

Spencer arrancou com o carro. Enquanto continuava a conduzir até Chablis, onde estava alojado, soube que na próxima vez que o seu caminho se cruzasse com o de Chardonnay lhe faria uma proposta. Uma proposta que, então, não poderia rejeitar. Assegurar-se-ia disso. Ele perseguia sempre o que desejava e não parava até conseguí-lo. E o que desejava era uma fusão íntima com Chardonnay...

Capítulo Dois

 

– Tens uma chamada, Donnay.

Ela, ocupada a fazer um inventário, olhou para a mãe.

– É do banco?

– Não, acho que é o senhor Westmoreland – disse, estendendo o telefone para a filha.

– Muito obrigada, mamã – disse em tom irónico, agarrando o telefone. – Porque não lhe disseste que eu não estava? – sussurrou.

– Porque talvez seja uma chamada importante.

Ela revirou os olhos e soprou.

– Duvido. Este homem só quer continuar a pressionar-me.

Depois da mãe sair da sala, levou o telefone à orelha.

A última coisa que lhe apetecia era falar com o homem cuja imagem continuava tão viva na sua mente. Não conseguira tirá-lo da cabeça desde que ele estivera ali no dia anterior e, o que era pior, passara a noite a pensar nele. Cometera um erro ao fixar-se no homem em vez de concentrar-se no indivíduo poderoso e com carácter. Não cometeria duas vezes o mesmo erro.

– Está a falar com Donnay Russell.

– Menina Russell, Spencer Westmoreland. Estava a ligar para perguntar-lhe se gostaria de jantar comigo esta noite.

Donnay sentiu uma onda de sensações a percorrer-lhe o corpo ao ouvir aquela voz sedutora. Cerrou os lábios, tentando decidir se desligava o telefone ou se continuava a conversar.

– Por que iria gosta de jantar consigo?

– Para salvar o vinhedo da sua família.

Donnay arqueou as sobrancelhas.

– Lamento desapontá-lo, mas o vinhedo Russell não precisa que alguém o salve.

– Está completamente certa disso?