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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2006 Carole Mortimer

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Na cama de um milionário, n.º 2261 - março 2017

Título original: Pregnant by the Millionaire

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2007

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9579-9

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

Nick acordou sozinho.

E isso era estranho, porque juraria que não estava sozinho quando adormecera, cansado, há várias horas.

Algo sobre uma deusa…?

Ah, sim, Hebe: deusa da juventude.

Alta e magra, com um cabelo liso e loiro e os olhos de um castanho tão claro que pareciam de ouro. Eram uns olhos estranhos e hipnotizadores com um brilho enigmático.

Não era que se interessasse pelos seus segredos. Hebe fora uma simples distracção, um meio para esquecer o passado e toda a dor que o dia anterior representara. Tentara esquecer e divertir-se e a presença de Hebe Johnson tornara-o possível. Pelo menos, durante algumas horas.

E onde estava ela? Lá fora continuava escuro e os lençóis continuavam quentes. Fora-se embora há pouco tempo.

Franziu o sobrolho ao pensar no seu desaparecimento. Aquele privilégio costumava ser dele! Vinho, um jantar e uma mulher na cama, mas sem complicações e muito menos deixá-la entrar no seu mundo privado.

Claro que isso era um pouco mais difícil quando a cama era dele.

Porque ela não vivia sozinha, recordou ele. Portanto, depois do jantar trouxera-a para o seu apartamento, infringindo as suas próprias regras, para uma bebida… e outras coisas!

Na verdade, infringira duas regras, recordou com uma careta, já que Hebe trabalhava para ele, na Galeria Cavendish do andar de baixo.

Mas problemas desesperados requeriam soluções desesperadas e por isso trouxera Hebe para sua casa devido à necessidade de se perder na beleza do seu corpo perfeito de pernas compridas. E fizera-o. Ela deslumbrara-o, enfeitiçara-o por não ser uma daquelas mulheres sofisticadas com quem mantinha um breve encontro, para além da excitação que lhe causara na noite passada. A sua dor ficara anestesiada, até mesmo apagada.

Nick resmungou ao recordar o que se passara no dia anterior, sentou-se na cama, tentando apagar da sua mente a tórrida cena de sexo. Depois, saiu do quarto, virando as costas à cama.

Parou ao verificar que, afinal de contas, não estava sozinho.

Hebe, a deusa, saía da cozinha com um copo de água na mão, a sua nudez ficava unicamente escondida pelo seu cabelo comprido que lhe chegava quase até à cintura.

Nick sentiu o seu desejo despertar ao ver o seu corpo dourado de pernas compridas e suaves, ancas e cintura de curvas finas, seios firmes e mamilos erectos.

Pedia que a beijassem, outra vez.

Reparara nela há alguns meses na galeria. A sua beleza era tal que não conseguia evitar reparar nela. Contudo, até ao dia anterior, não falara com ela.

E desejava-a novamente.

– O que estás a fazer? – perguntou, num tom de voz rouco.

Hebe ficou sem fala ao vê-lo. Não sabia como acabara no apartamento de Nick Cavendish. Na sua cama. Nos seus braços.

Sentira-se atraída por ele desde que o vira.

Estivera apaixonada e excitada, reconheceu tristemente ao recordar cada beijo e carícia da noite anterior. Ficara completamente à sua mercê desde que Nick a abraçara.

Ou talvez já estivesse perdida antes…

O carismático americano Nick Cavendish era o dono de uma galeria de arte em Londres, onde ela trabalhava, para além de outras duas, em Paris e Nova Iorque. Ele repartia o seu tempo por igual entre as três e tinha apartamentos por cima de cada uma delas.

Hebe já estava há várias semanas a trabalhar na sua galeria quando vira o dono pela primeira vez.

Quando irrompera na sala oeste da galeria há quatro meses, bombardeando um gerente com instruções, Hebe sentiu falta de ar.

Media mais de um metro e oitenta e o seu corpo era flexível e atlético, com o seu cabelo escuro e longo, o seu rosto moreno e os seus olhos de um azul profundo. Possuía um certo ar de robustez selvagem que reflectia a energia de um tigre enjaulado. E igualmente perigoso!

Nunca, nem nos seus sonhos mais loucos, teria imaginado que repararia nela, numa empregada novata. Mas na noite anterior chocara acidentalmente com ele ao sair da galeria e, em vez do olhar de recriminação que esperara, ambos se riram e se desculparam. Mesmo assim, ficara paralisada quando ele a convidara para jantar, com o pretexto de que, depois de vários meses a trabalhar na galeria, era altura de se conhecerem.

De se conhecerem!

Tinham feito bastante mais do que isso. Não havia um centímetro do corpo de Hebe que ele não tivesse tocado ou beijado.

As suas faces coraram ao recordá-lo.

Encontrou-se à frente da perfeição nua do seu corpo. Um corpo que ela descobrira na noite anterior, moreno, com pêlos escuros sobre o seu peito largo e as ancas e coxas fortes.

Ao ver a erecção dele, sentiu-se excitada e o calor invadiu o seu corpo lânguido.

– Espero que não te importes, tinha sede – respondeu ela, enquanto levantava o copo.

Nick também tinha sede, mas não de água. Tirou-lhe o copo e pousou-o sobre a mesa. Os seus olhos mostraram desejo ao baixar-se para beijar um dos seus mamilos erectos. Olhou para ela nos olhos enquanto passava a língua pelo mamilo dela e sentiu a dureza crescente da sua masculinidade quando ela gemeu. Os olhos dela lançaram brilhos dourados quando arqueou o seu corpo contra o dele.

Era linda, uma deusa da juventude, e queria perder-se nela novamente, não para apagar as lembranças dolorosas do dia anterior, mas porque a desejava com tal ferocidade que sabia que não conseguiria mostrar-se delicado com ela. Era impossível. Precisava de a penetrar e sabia que ela receberia aquele desejo com o seu próprio. Como fizera antes.

Pegou nela ao colo, beijando-a. Ela rodeou-lhe o pescoço com os braços enquanto passava os dedos no cabelo escuro dele.

Hebe tremia quando ele a deitou sobre a cama e as suas bocas fundiram-se enquanto a mão dele acariciava o seu mamilo, que já estava duro e erecto, invadindo o seu corpo de calor e de fogo líquido.

Ela acariciou as suas costas largas, antes de descer e de tocar na sua erecção, encantada com a sensação da dureza dele na sua mão. O gemido que ouviu confirmou que ele também estava contente.

Nick deitou-se de costas enquanto Hebe beijava o seu peito e descia pela sua barriga até ao membro excitado. Ele sentiu falta de ar ao sentir a carícia sensual da língua dela contra o seu pénis e, ao mesmo tempo que sabia que não ia conseguir aguentar muito mais tempo, desejava penetrá-la, acariciando-a até alcançar aquele clímax dilacerador que tão bem recordava da noite anterior.

Deitou-se sobre ela e olhou para o seu rosto excitado enquanto a penetrava lentamente e as ancas de ambos se mexiam em uníssono. Ela obrigou-o, com um movimento lento, a penetrá-la mais profundamente.

Minutos, ou talvez horas, depois, Hebe ofegou e sentiu o prazer que invadia o seu corpo trémulo enquanto perdia o controlo e alcançava o clímax.

Nick acompanhou-a, com tremeres deliciosos e profundos dentro dela enquanto se rendia às sensações do seu corpo.

Hebe deitou-se na cama com a cabeça apoiada no peito dele, enquanto ele rodeava a sua cintura com o braço, muito perto dele.

Ela nunca sentira algo do género. Os seus corpos estavam perfeitamente sincronizados e quando chegavam ao clímax era como um espectáculo de ballet.

Sorriu ao pensar em como estava feliz, totalmente relaxada e completa. Seria muito fácil apaixonar-se loucamente por aquele homem. No caso de ainda não se ter apaixonado. O que, considerando a sua reacção desinibida, a fazia pensar que já era demasiado tarde.

De qualquer forma, sentia-se mais unida a ele do que alguma vez estivera com alguém e perguntava-se pelo futuro. Passariam o dia juntos? Era domingo e não trabalhavam. Se calhar gostaria que tomassem o pequeno-almoço juntos. Antes de fazerem amor. Depois, podiam dar um passeio pelo parque. Antes de fazerem amor. E depois…

Hebe, cansada e feliz, adormeceu.

Nick estava acordado junto dela, o seu corpo satisfeito, mas a sua mente repentinamente acordada.

Hebe Johnson era linda e desejável e respondia-lhe de uma forma que era irresistível. Mas era aquela falta de controlo que o avisava que tinha de lhe resistir. Os grilhões de veludo de uma mulher não eram para ele, nem a intimidade agradável que apertava os laços até os homens deixarem de ser donos dos seus pensamentos ou acções. Nunca mais. Aquela era a causa da dor e do desespero que tentara esquecer na noite anterior.

E além disso, era empregada dele. Algo intocável. Ainda que tivesse feito bastante mais do que tocar nela! Criara a situação que sempre tentara evitar.

Desde o seu divórcio há dois anos, conhecera muitas mulheres, convidara-as para uma bebida e para jantar, fora para a cama com elas e fora-se embora sem remorsos. Nenhuma dessas relações durara o suficiente para criar um vínculo, sobretudo emocional. Mas uma empregada, e fora por isso que sempre as evitara, ia ser um pouco mais difícil de evitar.

Ainda não sabia como ia lidar com o facto de Hebe trabalhar para ele. O mais fácil seria despedi-la, mas não parecia justo que perdesse o seu emprego por ter ido para a cama dele. Na verdade, a maioria das mulheres pensaria que o seu trabalho seria mais seguro depois de irem para a cama com o chefe.

Observou o rosto da mulher que dormia nos seus braços. Porque é que Hebe estivera tão disposta a ir com ele na noite anterior? Pelo mesmo motivo pelo qual voltara a fazer amor com ele?

Se não fosse por isso, teria uma surpresa desagradável.

Ninguém, nem nada, segurava Nick Cavendish e muito menos uma mulher de cabelo loiro e de olhos dourados.

 

 

Hebe sentia-se quase intimidada ao entrar na cozinha moderna várias horas depois.

Acordara sozinha na cama enorme de Nick que lhe recordara a tórrida cena de amor que tivera lugar ali, tanto na noite anterior como naquela manhã. Pegara na sua roupa e dera-se ao luxo de tomar banho e de se vestir antes de ir procurar Nick.

Ele estava na cozinha espaçosa, virado de costas, enquanto fazia café. Vestia umas calças de ganga desbotadas e uma camisa preta.

Hebe observou a musculatura das suas costas e os cabelos escuros que chegavam aos ombros.

Com trinta e oito anos, mais doze do que ela, era sem dúvida o homem mais maravilhoso que alguma vez vira. Não tinha nem um grama de gordura e as suas mãos, que tanto a tinham acariciado, eram longas e magras. E fazia amor com uma mestria que denotava uma experiência que ela estava longe de igualar.

Segundo Kate, outra ajudante da galeria, ele estivera casado durante cinco anos. Ela contara-lhe há três meses, depois de outra visita relâmpago de Nick, durante a qual discutira com elas antes de ir para a galeria de Paris e aterrorizar os seus empregados de lá.

Kate explicara-lhe que ele era assim, às vezes, e que tivera um filho: um menino que falecera quando tinha quatro anos. A sua morte precipitara o seu divórcio há dois anos e Nick perdia-se, às vezes, no redemoinho de um inferno de emoções.

Não era de estranhar. Hebe não conseguia imaginar nada mais traumático do que a morte de um filho. Mas esses retalhos de informação sobre o seu chefe só tinham servido para aumentar o seu interesse por ele.

Observara-o às escondidas durante as suas visitas à galeria. Vira-o sorrir ocasionalmente, embora se tivesse rido abertamente uma vez, o que suavizou a expressão do seu rosto, dando-lhe um aspecto quase infantil, excepto pelo ar profundo de dor que nunca abandonava os seus olhos.

De vez em quando, irrompia na galeria, com a sua vitalidade e energia, deixando Hebe fascinada e perplexa, para depois desaparecer com a mesma vitalidade.

Mas Hebe nunca teria imaginado que a convidasse para jantar como fizera, nem que passaria a noite com ele no seu apartamento.

Nick pressentiu a chegada de Hebe à cozinha e reparou no seu silêncio, de pé atrás dele, enquanto continuava a fazer o café para atrasar o momento inevitável da conversa. Conversa que lhe parecia muito inútil depois de passar a noite com uma mulher.

Para ele, a manhã depois do sexo sempre fora o pior nas breves relações que tivera desde o seu divórcio. De que devia falar? Do tempo? De quem ganharia o campeonato de ténis naquele ano? Do torneio americano de golfe?

Mas a alternativa era falar sobre voltarem a ver-se, algo inaceitável para Nick. Sobretudo naquele caso. Compreendia que cometera um erro terrível e não tinha intenção de o emendar fingindo que a sua relação, ou melhor aventura de uma noite, tinha algum futuro.

«Bom, chegou o momento», pensou Nick enquanto se virava para ela. Quanto mais depressa acabasse com aquilo, mais depressa poderia prosseguir com a sua vida.

Ela vestia outra vez a blusa de seda preta e as calças justas do dia anterior e o seu cabelo caía sedoso pelos ombros. A maquilhagem pretendia, embora falhasse, esconder o vermelho das faces dela no lugar onde a barba dele e a intensidade dos seus beijos tinham marcado a sua pele cremosa.

Não ia continuar! Tinha de parar de pensar em como aquela mulher fora selvagem e disposta nos seus braços. Caso contrário, acabariam novamente na cama.

– Estás pronta para te ires embora? – perguntou, sem lhe dar importância. – Ou preferes beber um café? – perguntou, enquanto segurava na cafeteira.

Hebe franziu o sobrolho devido a tanta brusquidão. Estava a tentar livrar-se dela. A esperança de passarem o dia juntos, a falarem, a rirem-se e a fazerem amor começava a desaparecer.

– Não… obrigada – rejeitou o café enquanto se perguntava se ele esperava que ela se fosse embora sem mais nem menos.

Produziu-se um silêncio incómodo.

«Porque espera?», perguntou-se Nick. Oferecera-lhe um café, ela rejeitara e o melhor para ambos seria que ela…

– Eu… será melhor ir andando – replicou ela ao reparar na urgência dele, mas num tom inquisitivo, como se esperasse que lhe pedisse para ficar.

Para quê? Tinham jantado, tinham feito amor, tinham desfrutado e acabara. O que mais esperava dele? Porque ele não tinha mais nada para oferecer.

– A minha companheira de apartamento certamente estará a perguntar-se onde estou – acrescentou, contrariada.

Na noite anterior, Nick não se incomodara em perguntar-lhe se estava comprometida ou se, pelo menos, tinha namorado. Estivera demasiado concentrado na sua própria dor.

Mas naquele momento sentia curiosidade. Não parecia o tipo de mulher que enganasse o seu namorado. Mas também não lhe parecera o tipo de mulher que fosse para a cama com ele. E enganara-se!

Hebe pensava que a situação era muito incómoda e não sabia exactamente como devia comportar-se na manhã depois de ter ido para a cama com ele. Certamente, porque passara muito tempo desde que estivera numa situação assim.

Ela não era completamente inexperiente. Tivera uma relação durante alguns anos, na universidade. Mas nunca passara a noite no apartamento de um homem e aquele homem era Nick Cavendish, o seu chefe desde há seis meses, o que tornava a situação ainda mais incómoda.

– De certeza que não queres café? – Nick suspirou, aliviado com a sua sugestão de se ir embora, enquanto servia uma chávena sem leite nem açúcar.

Hebe reconheceu tristemente que a insistência do convite parecia mais uma cortesia do que outra coisa, enquanto Nick se sentava a beber o seu café sem sequer olhar para ela.

Na noite anterior, vira-se completamente rodeada dos cuidados daquele homem atraente e sedutor e não conseguira acreditar na sua boa sorte quando ele parecera mostrar o mesmo interesse. Mas ia ter muito tempo para se arrepender se aquele comportamento distante se mantivesse.

Era o momento de acabar com aquela situação embaraçosa…

– Então, vou-me embora – declarou, alegremente. – Obrigada por… pelo jantar – acrescentou.

«E por tudo o resto», pensou, sem dizer nada. Depois da noite anterior, aquilo era demasiado incómodo. Se era aquilo que se sentia na manhã seguinte, não tinha intenção de repetir a experiência.

Nick viu com uma pontada de irritação que ela olhava para ele perplexa devido à sua brusquidão. Aqueles incríveis olhos dourados reflectiam receio e as suas faces tinham empalidecido devido à sua evidente falta de entusiasmo.

O que esperava? Que lhe fizesse um juramento de amor eterno? Que garantisse que seria incapaz de viver sem ela e que a convidasse para viajar com ele para Nova Iorque naquela mesma manhã?

«Bolas!», pensou. «Isto é a vida real e somos adultos, não somos umas crianças românticas!»

Ambos se divertiram, mas era só isso.

– Volto para Nova Iorque esta manhã – informou ele, – mas telefonar-te-ei, está bem? – acrescentou, sem nenhuma intenção de o fazer.

Nunca devia ter-se envolvido com uma empregada e não tinha intenção de emendar o seu erro ao voltar a sair com Hebe.

Não tinha dúvidas de que, se voltasse a ver Hebe fora da galeria, acabariam novamente na cama. Mesmo naquele instante, quando olhava para boca dela e para aquele cabelo loiro, para as curvas sinuosas do seu corpo sob a blusa de seda e para as suas calças justas, sentia o desejo despertar.

Hebe compreendeu que ele estava a expulsá-la. Não era assim tão ingénua e sabia que, quando um homem dizia que telefonaria depois de uma noite e sem sequer lhe pedir o número de telefone, significava que não tinha intenção de entrar em contacto com ela.

Claro que naquele caso era algo diferente porque, se quisesse, podia encontrar o seu número telefone na lista de empregados da galeria. Mas, pelo seu tom carente de interesse, ela sabia que não ia fazê-lo.

Depois da excitação do jantar da noite anterior e das horas passadas a fazerem amor, a maneira como tentava livrar-se dela naquela manhã fora a experiência mais humilhante da sua vida.

Tinha de sair dali já!

Nick observou que ela tencionava ir-se embora sem se despedir. Era o que ele queria ou não? Franziu o sobrolho enquanto pensava que não gostava de ser o receptor da despedida. Normalmente, era ele que se ia embora, não ao contrário.

– Adeus, Hebe – ele sorriu, enquanto atravessava a cozinha para lhe rodear a cintura e para a puxar para a sua erecção, sem a disfarçar.

Ela olhou para ele com insegurança.

«Demónios, tem uns olhos tão bonitos», pensou Nick. Todo o seu corpo era bonito, se a sua memória não lhe falhava. E sabia que não.

Se calhar podiam voltar a ver-se…

«Não! Não sejas idiota, Nick», repreendeu-se. Era melhor deixá-lo como estava.

Deixá-lo e esperar que com o tempo ambos esquecessem que aquela noite existira.

E era exactamente o que ia fazer!