cub_bian1464.jpg
 

6881.png

 

 

Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2010 Christine Rimmer

© 2015 Harlequin Ibérica, S.A.

Romance com o chefe, n.º 1464 - Março 2015

Título original: Expecting the Boss’s Baby

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-6011-7

Editor responsável: Luis Pugni

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Se gostou deste livro…

 

Capítulo 1

 

– Posso ser direto consigo? – perguntou Dax Girard.

Sentada, à frente dele, Zoe Bravo apressou-se a responder.

– Sim, claro.

Desejava realmente conseguir aquele emprego. Tinha muito para provar à sua família e também a si mesma.

– É muito atraente.

Ficou atónita ao ouvi-lo. Não conseguia acreditar naquilo que acabara de ouvir e esperava que não tentasse namoriscar com ela durante a entrevista de trabalho.

– Se a tivesse conhecido em qualquer outra situação, teria adorado ir para a cama consigo. Mas, acima de tudo, preciso de pessoas competentes a trabalhar para mim e tenho uma regra fundamental na empresa. Se trabalhar para mim, não vai fazer mais nada comigo.

Teve de se conter para não começar a rir, pois não teria sido muito apropriado.

– Não há problema, a sério – declarou, enquanto tentava controlar o seu nervosismo. – Além disso, há quanto tempo o conheço? Dois minutos?

Imaginou que as suas palavras poderiam parecer um pouco sarcásticas, mas não se preocupava muito com isso.

Afinal, aquele homem acabara de dizer que não tencionava ir para a cama com ela. Merecia uma resposta como aquela.

Contudo, não se mostrou incomodado com o tom.

– A sua mãe é uma mulher fantástica.

– É verdade – concordou.

A mãe, Aleta Bravo, pertencia a uma das famílias mais conhecidas de Santo António.

Aleta tinha muitos contactos e, entre eles, estava Dax Girard, conhecido aventureiro e editor de uma revista. Fora ela que falara com Dax, para lhe recomendar a filha. Era por isso que estava tranquila, pois achava que aquele homem lhe daria uma oportunidade de demonstrar o que valia.

– E parece ser uma jovem brilhante – declarou. – Tenho um bom pressentimento e penso que isto vai funcionar.

– Fantástico! – exclamou, tentando mostrar um pouco de entusiasmo. – Eu também acho que será positivo.

– Mas tenho de insistir novamente no ponto que já referi. Não haverá sexo.

Foi difícil permanecer impassível, ao ouvir semelhante comentário. Não entendia a obsessão que aquele homem parecia ter por sexo, nem porque insistia tanto. Não conseguia acreditar que estivesse a pedir-lhe para prometer que não ia tentar seduzi-lo.

Tinha de reconhecer que era muito atraente. Como só os jovens ricos, atléticos e seguros de si podiam ser. Estava bronzeado e em boa forma física. Imaginou que devia jogar ténis com frequência e era perseguido pelas mulheres, com quem não tencionava ir para a cama, por muito que suplicassem. Já ouvira falar dele e sabia que muitas o achavam irresistível. Mas não a atraía. Estava ali para conseguir um trabalho e não um encontro com aquele homem.

– Prometo que conseguirei controlar os meus impulsos. Não sei como, mas conseguirei – troçou.

Ficaram em silêncio durante alguns segundos.

Cada vez estava mais nervosa, mas tentou parecer tranquila, profissional e competente, enquanto olhava para ela com aqueles olhos castanhos, penetrantes e quentes. Era como se não conseguisse acreditar que não tentaria seduzi-lo assim que pudesse.

Depois de uns segundos intermináveis, Dax baixou a cabeça para estudar novamente o seu currículo.

– Vamos ver… – murmurou, enquanto lia. – Trabalhou em jornais de duas universidades diferentes, é rápida a digitar e conhece os programas informáticos mais comuns…

– É verdade – confirmou.

– Frequentou as universidades de Stanford e Brandeis. Estudou Jornalismo e Filologia…

– Sei como funciona a redação de uma revista. Devo acrescentar que a minha ortografia e gramática estão em dia.

Não sabia o que mais podia dizer. Não queria ter de lhe dar muitos detalhes sobre os seus estudos. Tinha frequentado boas universidades, mas não chegara a licenciar-se.

Achava que era inteligente e aprendia depressa. Mas distraía-se facilmente, tinha dificuldade em concentrar-se e preferia sempre viver a vida, ter experiência. Nunca tivera paciência para ir à faculdade todos os dias, estudar e fazer os trabalhos de casa.

Decidiu que o melhor que podia fazer era mudar o tema de conversa, o quanto antes.

– Sei trabalhar sob pressão e estou habituada a fazer várias coisas ao mesmo tempo – declarou.

– Muito bem – acedeu, olhando para ela. – E parece que também tem jeito para a fotografia, não é verdade?

Questionou-se se estaria a pô-la à prova, pois parecera-lhe que o tom era um pouco desconfiado.

– Gosto muito de fotografia, é um dos meus passatempos.

– Penso que vi o seu trabalho há um mês, quando se celebrou o baile e o leilão de beneficência da Fundação do Estado do Texas.

– Sim, suponho que sim. Encarreguei-me de fazer as fotografias e um pequeno vídeo, para apresentar a moto pela qual licitou e ganhou.

Não se esquecera da licitação generosa de seis números que ele oferecera pela moto. Os membros da fundação, entre os quais estava a sua própria mãe, tinham ficado muito contentes com a contribuição do senhor Girard.

Dax sorriu. Tinha de reconhecer que era um sorriso lindo.

– Adoro aquela moto. O seu irmão é um génio.

– É verdade.

Jericho, o mais novo, desenhava e construía motocicletas ao gosto dos seus clientes. Fora ele que doara a moto que Dax comprara.

– Grandes Escapadas é uma revista de viagens – explicou, ficando sério novamente. – Costumamos contratar vários fotógrafos. Talvez um dos seus trabalhos venha a ser usado num artigo…

Franziu o sobrolho, ao ouvi-lo.

– Pensei que estávamos a falar de um emprego como secretária.

– Tem razão. É por isso que é tão importante que nos entendamos muito bem.

Apercebeu-se de que iriam ter um grande problema, porque não o entendia.

– Grande parte do seu trabalho consistirá em filtrar as muitas chamadas que recebo, encarregar-se da comida ou bebida que se serve durante as reuniões, tratar da minha correspondência e outras muitas tarefas que lhe irei atribuindo. Estará tão ocupada, que não me parece que tenha tempo para conseguir a sua grande oportunidade como fotógrafa.

Estava um pouco desiludida e achou que estava a preparar-se para lhe dizer que não conseguira o lugar. Apesar da admiração que Dax Girard parecia sentir pela mãe, sabia que não conseguira o emprego.

E já nem sequer sabia se o queria. Cruzou as pernas e alisou a saia com as mãos.

– Não haverá sexo, nem fotografias, penso que ficou muito claro – afirmou Zoe, com um pouco de frieza.

– Lamento – disse Dax, incomodado, enquanto olhava para ela de cima a baixo.

Surpreendeu-se que olhasse para ela com timidez, quase como se fosse um menino envergonhado ao ser surpreendido a fazer uma travessura. Não tinha nada a ver com a imagem que tinha de Dax Girard. Aquele homem era seguro, maduro. Nunca conhecera alguém tão sofisticado como ele, nem tão obcecado com a ideia de não ir para a cama com ela.

– Só estou a tentar fazer com que tudo fique muito claro – explicou. – A verdade é que não tive muita sorte com as minhas assistentes e é por isso que sou tão suscetível.

Não se surpreendeu com a informação.

– Em algumas ocasiões, decidi que fossem os membros do departamento de Recursos Humanos que se encarregassem do processo de seleção, mas também não funcionou.

Sabia que não era um assunto dela, mas sentia curiosidade.

– Porquê?

Dax parecia estar cada vez mais incomodado.

– Quero alguém eficiente e profissional, não quero alguém que intimide. Gosto que as minhas assistentes tenham personalidade, boa aparência e sentido de humor. Nos Recursos Humanos, não conseguiram encontrar alguém que reunisse todos esses requisitos.

A insistência daquele homem, na hora de lhe recordar que não poderia ir para a cama com ele, nem usar a revista para tentar publicar as suas fotografias, conseguira irritá-la. Mas, por outro lado, também fizera com que deixasse de estar nervosa.

– Não sei o que mais dizer, Dax. Tenho uma personalidade bastante forte, na verdade. Só procuro um trabalho em que não me peçam a licenciatura universitária que nunca cheguei a conseguir. Penso que este trabalho poderia ser o ideal. Os artigos da revista são divertidos e informativos. Conseguem sempre fazer com que deseje ir a todos esses sítios de que falam. Também gosto dos editoriais que escreve. Penso que, sendo sua assistente, poderia ter um trabalho variado, com uma certa responsabilidade, e gosto disso porque odeio aborrecer-me.

Dax ficou pensativo e olhou pelas janelas grandes do seu gabinete. Dali, conseguia ver a zona mais moderna de Santo António, coberta de arranha-céus.

– Seria um trabalho muito variado, isso é verdade. Também teria algumas responsabilidades, mas pouco importantes. Penso que poderia colaborar noutros projetos, como o calendário que fazemos todos os anos.

A revista Grandes Escapadas publicava um calendário anual, com modelos lindas, fotografadas quase nuas em lugares lindos.

– Ao fim de alguns meses de estágio e se vir que posso contar consigo, terá de viajar de vez em quando.

Entusiasmou-se com a ideia de conhecer novos lugares.

– Para o artigo principal?

Sabia que, pelo menos para metade dos artigos, era o próprio Dax que viajava para um lugar exótico, para escrever o artigo principal da revista.

– Sim – confirmou.

– Não venho à procura de uma aventura amorosa com o meu patrão, nem é minha intenção construir uma carreira como fotógrafa. Só estou à procura de trabalho, Dax. E este cargo interessa-me muito – admitiu, com honestidade.

Olhou para ela, franzindo o sobrolho. Depois, levantou-se.

– Muito bem, vamos tentar – decidiu.

Nem conseguia acreditar. Afinal, ia contratá-la. Levantou-se e apertou-lhe a mão.

– Na segunda-feira, começará o seu período de teste. São duas semanas. Depois, falaremos novamente, para avaliar o seu trabalho e decidir se a contratamos ou não – explicou. – Bem-vinda à Grandes Escapadas.

Nessa altura, foi ela que sorriu. Um grande sorriso, que refletia o que sentia nesse momento. Tinha o pressentimento de que ia gostar de trabalhar na revista. E, se fosse esse o caso, tinha a certeza de que a iriam contratar, pois tencionava trabalhar arduamente durante aquelas duas semanas, para que se apercebessem de que era imprescindível.

– Obrigada, Dax.

– Esperamos por si na segunda-feira, às oito e meia. Vá diretamente para o departamento de Recursos Humanos.

– Muito bem. Até segunda, então.

 

 

Dax deixou-se cair na cadeira, enquanto observava Zoe Bravo a sair do escritório. Gostava da forma como andava, com segurança e um ligeiro balançar das ancas. Também gostara do sorriso e dos seus belos olhos azuis.

Interrogou-se se seria uma boa secretária.

Não tinha a mínima ideia. Tal como lhe confessara, não tivera muita sorte no passado, a selecionar a assistente mais adequada. De facto, fizera tudo muito mal.

Gostara dela assim que a vira. Teria preferido sair com ela, em vez de a contratar para um trabalho na sua empresa. Prometera à mãe dela que a consideraria para o lugar e não tivera outro remédio senão cumprir a sua palavra.

Aleta Bravo era uma mulher fantástica e alegrava-se por poder ajudar a filha dela a dar os primeiros passos no mundo da imprensa.

Não sabia se seria uma boa secretária, mas pensava que, pelo menos, se divertiria a vê-la a trabalhar durante aquelas duas semanas de teste. Gostara da sua personalidade viva.

Além disso, não deixara de acreditar em milagres e supunha que havia a possibilidade de conseguir encontrar uma secretária à sua medida. Esperava que Zoe fosse eficiente, trabalhadora e organizada.

Se assim fosse, conseguiria superar a atração que sentira por ela assim que a vira e teria de agradecer o facto de ter encontrado, finalmente, uma boa assistente.

Se não fosse como esperava, teria de prescindir dela. Alegrou-se por ter ficado muito claro que as duas primeiras semanas seriam de teste.

Estava decidido a mandá-la embora, se não ficasse satisfeito com o seu trabalho. E pensou que esse seria o momento perfeito para a convidar para jantar.

 

 

O telemóvel de Zoe começou a tocar, assim que chegou ao vestíbulo do edifício. Viu que era a mãe e guardou o telemóvel, sem atender a chamada.

Contudo, voltou a tocar, quando entrou no carro. Devia estar desejosa de saber como correra.

– Olá, mamã! – exclamou, assim que atendeu.

– Conta-me.

– Contratou-me.

– Eu sabia! – gritou a mãe, entusiasmada. – Vais adorar esse trabalho, tenho a certeza, querida.

– Eu também, mamã – replicou. – Mas nada está garantido. As duas primeiras semanas são de teste. Se ficarem satisfeitos, vão fazer um contrato.

– Um período de teste? É normal?

Detestou que a mãe duvidasse dela, mas apercebeu-se de que não tinha motivos para se ofender, pois a pergunta da mãe era normal. Imaginou que ainda não recuperara por completo, depois da entrevista estranha que tivera com Dax Girard, e estava suscetível.

– Parece que não teve muita sorte com as secretárias e perdeu um pouco de confiança em si mesmo na hora de contratar pessoas. Mas isso não me preocupa, vou tornar-me imprescindível.

– Tenho a certeza – afirmou a mãe.

Pelo tom de voz, soube que estava a sorrir.

– Obrigada por lhe falares em mim, mamã.

– Gosto de ajudar, já sabes.

– Sim, sei – replicou, enquanto punha o carro a trabalhar. – Bom, não posso falar mais. Vou ao cabeleireiro – acrescentou, enquanto afastava uma madeixa castanha da cara. – Preciso de cortar o cabelo. Quero ter bom aspeto no meu primeiro dia de trabalho. Adoro-te, mamã. Vemo-nos depois.

– Espera.

– O que se passa?

– Há muito tempo que não vens ao rancho. Sabes quantos domingos estivemos à tua espera para jantar, sem que…?

Fez uma careta ao ouvir a recriminação da mãe. Bravo Ridge, o rancho da família, não era muito longe de Santo António. Os pais viviam na cidade, mas passavam quase todos os fins de semana no rancho. O jantar de domingo era uma espécie de tradição da família. Nem todos os irmãos podiam ir todas as semanas, mas faziam um esforço para se encontrar nessa altura.

Passara algum tempo sem ir, desde a primavera, e sabia que tinha de ir vê-los.

– Zoe? Continuas aí? Estás a ouvir-me?

– Sim, mamã. Estou aqui.

– Diz-me que vens, por favor.

Pensou em Davis, o pai. Sabia que aproveitaria a ocasião para se meter com ela, dizer-lhe que era a mais rebelde dos filhos e brincar à sua custa. Não gostava nada que a tratasse assim. Já conseguia imaginar o que ia dizer, assim que soubesse que conseguira um trabalho na revista. Tinha a certeza de que não acreditaria que conseguisse manter o trabalho durante muito tempo.

– Não sei, mamã. Tenho muito que fazer neste fim de semana.

– Por favor, querida. Não vens há muito tempo…

Como todas as mães, Aleta também sabia como fazê-la sentir-se culpada.

– Está bem, eu vou – cedeu, finalmente.

– Fantástico! – exclamou a mãe, entusiasmada. – O jantar é às cinco, mas vem quando quiseres.

Sentiu a mãe tão contente, que não se importou de ter de lidar com o pai.

Despediu-se e tirou o carro do estacionamento.

 

 

No domingo, Zoe chegou ao rancho às quatro e quarenta e cinco, e encontrou todos na sala de jantar, já a sentarem-se à mesa.

O pai recebeu-a de uma maneira calorosa.

– Olá, Zoe! Como está a minha menina?

– Bem, papá. Muito bem – declarou, tentando manter a calma.

Tentava convencer-se de que, se se referia a ela naqueles termos, era só porque era a mais nova dos irmãos. Aproximou-se do pai e ele abraçou-a.

Quando tentou afastar-se, ele segurou-a pelos ombros e olhou para ela com o sobrolho franzido.

– O que fizeste ao cabelo?

Não ia deixar que o pai tirasse o pior dela.

– Sempre quis ser ruiva. Fui ao cabeleireiro no outro dia e decidi mudar um pouco a minha imagem – explicou.

Como acontecia quase sempre, tomara a decisão no momento. Naquela quinta-feira, depois da entrevista com Dax Girard, olhara-se ao espelho do cabeleireiro e decidira que estava cansada de ter cabelo castanho.

Pouco importava o que o pai pudesse dizer, pois estava convencida de que o tom vibrante que escolhera lhe ficava bem e fazia sobressair ainda mais a sua pele branca e os olhos azuis.

– Bom… – começou por dizer o pai. – É muito…

– Estás linda – interrompeu Marnie.

Era a mulher do irmão Jericho, que só estavam casados há um mês. Abraçou-a carinhosamente.

– Como é a vida de casada? – perguntou.

Marnie soltou-a e olhou de esguelha para o marido, com um grande sorriso no rosto. Jericho também sorriu. Não conseguia acreditar que ela casara com o irmão, que sempre fora o lobo solitário da família. Há muito tempo que não o via tão feliz, com a vida e com a esposa.

– Muito boa – afirmou Marnie, sorridente. – Fenomenal.

– Estás linda, querida – declarou a mãe.

Aleta Bravo já estava sentada, mas aproximou-se para a cumprimentar e deu-lhe um beijo no rosto.

Sentou-se também à mesa e começaram a comer. A carne estava deliciosa. Tal como as batatas assadas e o milho.

Nessa noite, tinham conseguido juntar-se quase todos. Só faltava Travis, que tinha de viajar muito.

Kira, a filha de seis anos de Matt e Corrine, não parou de falar da sua cadelinha.

– Chama-se Rosie e gosta muito de Katherine – comentou a menina.

Katherine era a filha mais nova do casal, que nascera há alguns meses.

– Tenho sempre de a segurar, para que não lhe lamba a cara – contou Kira, com entusiasmo. – Isso é o que os cães fazem, quando querem dar-nos um beijo, lambem-nos. É um pouco nojento, porque nos deixam com baba na cara. Mas a mamã diz que o fazem com carinho, portanto, não faz mal.

Zoe adorava os sobrinhos e vê-los durante aqueles jantares de família. O irmão Luke e a esposa, Mercy, tinham um menino, Lucas. A mulher de Gabe, Mary, tinha uma filha do seu primeiro casamento. A pequena Ginny já fizera dois anos e Gabe adorava-a. E Tessa, a esposa de Ash, que também era a irmã mais velha de Marnie, estava grávida.

Depois do jantar, estiveram a jogar bilhar, casais contra casais. Marnie e Jericho jogavam contra Abilene e Zoe.

Divertiu-se muito. Gostava de estar em família e apercebeu-se de que devia fazer um esforço maior para passar mais tempo com eles. Não podia deixar que os comentários mais ou menos acertados do pai a impedissem de estar com os irmãos.

Algum tempo depois, despediu-se dos irmãos e dirigiu-se para a porta. Mas o pai viu-a, antes de conseguir escapar.

– Zoe, espera – pediu.

Virou-se com um nó no estômago, tentando preparar-se para uma crítica pouco construtiva. Mas estava enganada. O pai limitou-se a abraçá-la e a pedir para ir vê-los com mais frequência.

– Está bem, papá – respondeu, exibindo um grande sorriso. – Adoro-te.

– E eu a ti – declarou, sentindo um pouco de desconforto. – Muito.